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(pt) Italy, Anarres: VOZES DO IRÃ SOB AS BOMBAS (ca, de, en, it, tr) [traduccion automatica]
Date
Sun, 7 Sep 2025 07:06:02 +0300
Oferecemos depoimentos e declarações de indivíduos e organizações
iranianas após o ataque israelense de 13 de junho, e um apelo de vários
grupos iranianos que vivem na Itália. ---- O depoimento de um anarquista
de Teerã ---- Uma noite de fogo e confusão ---- Ontem à noite, enquanto
dormíamos, Israel atacou o Irã. Os ataques tiveram como alvo Teerã, mas
também outras cidades. Ouvi estrondos, vi relâmpagos: pensei que fosse
uma tempestade. Nada sugeria guerra, especialmente com as discussões
entre o Irã e os Estados Unidos. ---- Somente esta manhã (14 de junho,
nota do editor), através da Frente Anarquista, soubemos o que realmente
aconteceu: múltiplos ataques, mortes de civis.
Saí para investigar. A cidade estava isolada. O exército e a polícia
bloquearam o acesso às áreas afetadas. Bombas não detonadas ainda
estavam nos prédios.
No hospital, fui impedido de entrar e a polícia apagou todas as fotos do
meu celular. Segundo um jornalista presente no local, pelo menos sete
crianças foram mortas.
Algumas choravam. Outras — previsivelmente — comemoravam a morte de
oficiais do regime.
No dia seguinte: um inferno sem alarmes
Nas horas seguintes, vi cenas apocalípticas.
O céu estava riscado de mísseis. Fogo caía sobre as ruas. Pessoas fugiam
de Teerã: famílias inteiras, jovens trabalhadores, idosos. Esperávamos
por ajuda nas calçadas. Feridos, queimados, dois mortos diante dos meus
olhos. Nenhum alarme. Nenhum abrigo. Nada.
Os telões transmitiam a versão oficial: a República Islâmica havia
atacado Tel Aviv, Israel havia prometido retaliar. Tenho camaradas lá:
anarquistas, pacifistas, aqueles que se recusam a servir no exército.
Não queremos esta guerra.
Uma população em modo de sobrevivência
O ar está poluído: as usinas nucleares foram atingidas. As pessoas estão
fazendo as malas, estocando suprimentos, fugindo das grandes cidades...
apenas para retornar, sem alternativas. As estradas estão congestionadas.
A mídia estatal canta hinos e transmite mentiras. A única fonte
confiável: Telegram e canais via satélite.
Manifestações ainda são raras. Policiais demais, medo demais. Ontem, em
frente aos hospitais, famílias procuravam seus entes queridos
desaparecidos. Gritamos.
Choramos. Resistimos.
Sem abrigo, sem evacuações.
As instituições permanecem abertas como se nada tivesse acontecido. Não
há instruções de segurança, nem sirenes, nem centros de acolhimento.
Vazamentos químicos são prováveis, mas não há protocolos em vigor.
Então, as pessoas estão desertando por iniciativa própria: empresas
estão fechando, estudantes se recusando a fazer provas, funcionários
públicos estão ficando em casa. Apenas os serviços de emergência
permanecem de pé.
Às vezes, ainda me sinto vivo só porque Israel (ainda) não está
atingindo áreas residenciais. Mas os incêndios, a precipitação
radioativa, as balas perdidas continuam matando pessoas.
E não há ajuda. Nada. Sem apoio humanitário, sem organizações externas,
sem medicamentos — e as sanções matam há anos.
Quatro Irãs, uma terra sob as bombas
É importante entender que o povo iraniano está fragmentado:
1. Uma maioria silenciosa, que odeia o regime, mas rejeita a guerra.
Eles sobrevivem, fogem, lamentam os mortos e amaldiçoam os líderes.
2. Os islâmicos, leais ao governo, que falam em martírio e querem vingança.
3. Os monarquistas e liberais, frequentemente pró-Israel, que aplaudem
os ataques contra a Guarda Revolucionária.
4. Os anarquistas e ativistas de esquerda, como nós: contra a República
Islâmica, mas também contra Israel, contra todos os Estados. Pela
sobrevivência, ajuda mútua, autonomia.
Qual o lugar dos anarquistas nesta guerra?
Não estamos armados. Não participamos da luta. Nossa tarefa é outra:
informar, salvar, criar conexões, combater a propaganda. Ajudamos da
melhor forma possível: primeiros socorros, canais de informação e
conscientização sobre riscos químicos. Cuidamos de nós mesmos e daqueles
que não têm ninguém.
Rejeitamos a retórica simplista. Nem "todos os israelenses devem morrer"
nem "os sionistas são nossos salvadores".
Estamos presos entre dois fogos: o fundamentalismo religioso de um lado,
o militarismo sionista do outro.
Nosso papel é ser pontes. Transmissores de ideias. Quebrar o fatalismo.
Permanecer firmes, mesmo desarmados, mesmo com medo.
Luto pelo movimento antiguerra
Devo admitir: estou triste. Profundamente triste. Dez anos atrás,
conversei com ativistas israelenses pela paz. Aqueles que se recusaram a
servir. Curdos, árabes, armênios, anarquistas. Juntos, sonhamos com um
Oriente Médio livre, sem exército, sem Estado.
Mas perdemos. Não fomos fortes o suficiente para impedir a guerra. Não
tivemos apoio suficiente. Hoje, as pessoas têm medo de falar sobre paz.
Elas acham que seria traição.
Que pedir o fim dos ataques aéreos significa render-se ao inimigo.
E, no entanto, todos querem a paz. Mas ninguém ousa exigi-la.
Uma Voz na Turbulência
Não sei por quanto tempo resistiremos. Ontem à noite, os aviões rugiam
como uma rodovia no céu. Mas de uma coisa eu sei: enquanto houver
pessoas para cuidar, para resistir e para se organizar sem esperar pelo
Estado, haverá sementes de anarquia, mesmo entre os escombros.
Conclusão: Não vamos normalizar o insuportável.
Em primeiro lugar, quero agradecer sinceramente a todos os camaradas que
se deram ao trabalho de nos ouvir. Em um mundo onde somos constantemente
esmagados por forças políticas, econômicas e policiais, raramente nos é
dado espaço para falar. Mesmo sem bombas, a violência nos cerca: ela
assume a forma de aluguel impagável, burocracia interminável,
discriminação, exaustão e isolamento. Uma violência silenciosa,
apresentada como "normal", à qual nunca deveríamos nos acostumar.
Mas quando a guerra eclode, essa violência se desintegra repentinamente
em plena luz do dia. O que era tolerado torna-se insuportável. E então,
paradoxalmente, podemos falar. Consegui escrever-lhes porque tudo
desabou. Porque, no caos, as verdades mais simples voltam a ser audíveis.
O que quero dizer a vocês é o seguinte: não deixem que esta conversa
caia no silêncio. Não deixem que a nossa dor — aqui no Irã, como em
outros lugares — seja relegada à margem, como se fosse simplesmente
"local", "específica", "cultural" ou "excepcional".
Porque, na verdade, compartilhamos a mesma guerra: aquela travada pelos
Estados contra as nossas vidas. Por isso, imploro a vocês, camaradas:
não aceitem a violência da vida cotidiana como algo natural. Rejeitem a
ideia de que devemos esperar que os mísseis atinjam antes de reagir. Não
esperem que o nosso sofrimento se torne espetacular para merecer a vossa
atenção.
Vamos falar agora. Vamos organizar-nos. Vamos criar espaços reais de
ação e ajuda mútua. Para que a guerra aqui não se torne ruído de fundo.
Para que não sejam reduzidos a meros "salvadores" diante do nosso
sofrimento, mas sim cúmplices da luta.
Um apelo à solidariedade internacional
Hoje, a situação é instável, crítica, talvez à beira de uma catástrofe
humanitária. Se o Irã está isolado do mundo — por bombas ou pela censura
da República Islâmica —, espalhem a nossa palavra. Digam-nos o que nos
acontece. Deem voz aos que dela são privados.
Não gozamos de proteção internacional. ONGs são quase inexistentes.
Sanções agravam o nosso sofrimento.
Se têm contactos, influência ou conexões em coletivos, sindicatos,
associações ou redes de saúde: mobilizem-nos. Exijam assistência médica
urgente, maior vigilância contra violações e mediação internacional que
transcenda a lógica estatal.
Mas, acima de tudo, rejeitem narrativas simplistas.
Não somos peões de Israel nem peões do regime islâmico. Não acreditamos
em bombas "libertadoras" nem em "resistir" aos mulás. Estamos presos
entre duas máquinas de morte e continuamos tentando, repetidamente,
construir algo diferente.
Ainda não há êxodo em massa. Mas se a guerra se espalhar, as
consequências serão terríveis. Portanto, camaradas, vamos nos levantar
juntos. Não para apoiar um lado contra o outro, mas para fazer ouvir
outra voz: a da vida, da liberdade e da solidariedade, contra todos os
Estados, todas as fronteiras e todas as guerras.
****
Declaração da Frente Anarquista do Irã e Afeganistão contra a fúria
bélica dos governos
Nós, a Frente Anarquista do Irã e Afeganistão, reafirmamos nossa posição
inabalável e baseada em princípios:
Qualquer guerra — em qualquer escala e sob qualquer pretexto — iniciada
ou apoiada por Estados deve ser condenada inequivocamente.
Países, independentemente de sua forma ou formato, usam a guerra como
ferramenta de sobrevivência e controle. E, no processo, a vida, a
dignidade e o futuro das pessoas comuns são pisoteados.
Num momento em que o mundo é novamente assolado por violência,
bombardeios, mortes, deslocamentos e insegurança, insistimos nesta
verdade duradoura: as verdadeiras vítimas da guerra são sempre pessoas,
não países, não ideologias, não fronteiras.
Nossa luta, como sempre, não é pela redistribuição de poder entre as
elites, mas contra a própria instituição do Estado e toda forma de
controle organizado.
Somos solidários — cuidadosa e decisivamente — com o povo iraniano, o
Afeganistão e toda a região.
O que testemunhamos hoje são, por um lado, os crimes flagrantes do
regime israelense, que alveja civis em Gaza e em outros lugares com
crueldade selvagem. Por outro lado, vemos a República Islâmica do Irã
manipulando o medo público, praticando jogos geopolíticos à custa de
vidas iranianas para impor o fardo da guerra à sociedade. Vemos a
República Islâmica não apenas como o início de uma guerra regional, mas
como parte de uma cadeia global de controle e opressão — um regime que
ataca o povo iraniano há décadas com censura, pobreza, prisão, tortura e
execução, colocando milhões em perigo por meio de provocações militares.
Embora condenemos as atrocidades do regime sionista nos termos mais
veementes, também afirmamos que a luta contra a República Islâmica faz
parte de nossa luta mais ampla contra todos os Estados e estruturas de
controle — uma luta que continuará.
Lutamos por um mundo sem fronteiras, sem países, sem exércitos ou
autoridade — um mundo onde a humanidade, a vida e a liberdade estejam no
centro. Nossa principal guerra sempre foi a guerra contra a autoridade
política, o totalitarismo e o próprio Estado.
Frente Anarquista Irã-Afeganistão
13 de junho de 2025
****
Aqui você pode ouvir a entrevista da Rádio Blackout com Behrooz, do
programa "Juntos com o Irã":
https://radioblackout.org/2025/06/voci-dalliran-sotto-le-bombe/
Em anexo, a declaração/apelo de vários grupos iranianos que vivem na Itália.
https://www.anarresinfo.org/voci-dalliran-sotto-le-bombe/
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