A - I n f o s

a multi-lingual news service by, for, and about anarchists **
News in all languages
Last 40 posts (Homepage) Last two weeks' posts Our archives of old posts

The last 100 posts, according to language
Greek_ 中文 Chinese_ Castellano_ Catalan_ Deutsch_ Nederlands_ English_ Français_ Italiano_ Polski_ Português_ Russkyi_ Suomi_ Svenska_ Türkçe_ _The.Supplement

The First Few Lines of The Last 10 posts in:
Castellano_ Deutsch_ Nederlands_ English_ Français_ Italiano_ Polski_ Português_ Russkyi_ Suomi_ Svenska_ Türkçe_
First few lines of all posts of last 24 hours | of past 30 days | of 2002 | of 2003 | of 2004 | of 2005 | of 2006 | of 2007 | of 2008 | of 2009 | of 2010 | of 2011 | of 2012 | of 2013 | of 2014 | of 2015 | of 2016 | of 2017 | of 2018 | of 2019 | of 2020 | of 2021 | of 2022 | of 2023 | of 2024 | of 2025

Syndication Of A-Infos - including RDF - How to Syndicate A-Infos
Subscribe to the a-infos newsgroups

(pt) Italy, FAI, Umanita Nova #16-25 - Contra todo fascismo. Rumo a uma nova resistência libertária (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]

Date Thu, 3 Jul 2025 08:59:09 +0300


Resumo do discurso "A resistência libertária" na Cucine del Popolo em Massenzatico, em 25 de abril de 2025, e do discurso proferido na Piazza De André, em Carrara, em 1º de maio de 2025 ---- Este ano celebramos o octogésimo aniversário da chamada "libertação", que, como sabemos, foi apenas uma libertação parcial, visto que a sociedade atual certamente não é aquela pela qual nossos camaradas lutaram contra o nazifascismo. Eles não o fizeram para rever as celebrações patrióticas e tricolores e não imaginaram que 80 anos depois ainda haveria o problema do fascismo. Acima de tudo, eles não queriam uma sociedade ainda baseada na exploração, na qual ainda hoje, em Carrara, devemos lamentar mais uma vítima de mortes relacionadas ao trabalho na pedreira, Paolo Lambruschi, a cuja família mais uma vez expressamos nossas condolências e proximidade. É necessário reiterar que mortes no trabalho não são acidentes, mas crimes do capital, e não foi por uma sociedade em que a dignidade do trabalho e dos salários ainda era negada que resistimos décadas atrás.

No entanto, é necessário esclarecer melhor o que foi a resistência libertária. Entretanto, essa resistência não se limitou ao período de 1943 a 1945, mas começou no início da década de 1920, a partir do momento em que os primeiros esquadrões começaram a atacar sedes sindicais e operárias. Essa foi, em particular, a experiência dos Arditi del Popolo, que realizaram resistência nas ruas mesmo antes da tomada de poder por Mussolini, apesar de serem repudiados pelos partidos da esquerda oficial, que então escolheram o caminho renunciante do Aventino. Não apenas anarquistas, mas também militantes dissidentes dessas forças decidiram se defender com ações diretas. O historiador Marco Rossi contabilizou 63 locais que testemunharam a presença das formações dos Arditi del Popolo, diante das quais os fascistas recuaram, de Civitavecchia a Bari, de Roma a Sestri Ponente, passando por dois episódios famosos em que os camisas negras foram repelidos com forte contribuição do lado libertário: os eventos de Sarzana em 1921 e as barricadas de Parma em 1922.

Voltar a esse período não é um simples exercício retórico para vangloriar-se da nossa história, pois a brutalidade e os milhares de mortos do primeiro esquadrismo desmentem todas as leituras que afirmam que o fascismo teria sido "mau" apenas a partir de um determinado momento (leis raciais, guerra ou outro), endossando sua legitimação, promovida por vários anos também por setores da esquerda. Essa história mostra que não existe fascismo bom: o fascismo sempre foi criminoso porque o é por natureza e não pode ser outra coisa senão criminoso.

Foi do lado anarquista que surgiram as primeiras análises lúcidas do fascismo, como o livro "La Controrivoluzione Preventiva", de Luigi Fabbri, que viu como o fascismo era resultado da barbárie da sociedade causada pela Primeira Guerra Mundial, como nossos camaradas já haviam intuído ao se oporem ao intervencionismo. Acima de tudo, o fascismo foi a resposta do capital aos movimentos revolucionários do Biênio Vermelho de 1919-20, que viram o protagonismo do movimento libertário organizado na Unione Anarchica Italiana e na Unione Sindacale Italiana.

Após a ascensão do fascismo ao poder, muitos tentaram reviver a tradição secular do "tiranicídio", entre os quais lembramos Gino Lucetti, que faleceu em 1943 sem poder se juntar aos seus camaradas nas montanhas. Mas foi sobretudo no exílio que atuaram nossos camaradas, que partiram desde 1922 na França, Suíça, Bélgica, Estados Unidos, Argentina, Uruguai e onde quer que houvesse refúgio, demonstrando que o antifascismo nada tem a ver com nacionalismo e patriotismo, inclusive porque poucos fenômenos foram mais internacionais, transnacionais e multilíngues do que o próprio antifascismo. Isso nos dá outro elemento importante para os acontecimentos atuais: ontem como hoje, não há justificativa para aqueles que se acomodam ao regime olhando para o outro lado porque "não se pode fazer de outra forma". Sempre se pode fazer de outra forma, e esta história dissidente prova isso.

Foi do exílio que nossos camaradas começaram a planejar seu retorno à Itália para derrubar o fascismo, a partir da conferência de Sartrouville em 1935. Depois veio a Espanha em 1936-39, que foi outro grande exemplo de solidariedade antifascista internacional, mas também um exemplo de como a liberdade teve que se defender do outro totalitarismo, o stalinista, responsável pelo assassinato de tantos anarquistas, começando por Camillo Berneri que disse claramente que na Revolução Espanhola o antifascismo era inseparável da revolução social. O antifascismo não pode ser um fim em si mesmo, porque o fascismo não é uma exceção ou uma anomalia nas sociedades europeias modernas: faz parte dos mecanismos de reprodução do Estado e do capital, e não se combate nivelando-se por conceitos liberais, mas sim trabalhando pela transformação libertária e igualitária da sociedade.

E então houve a Resistência de 1943-45: retornando do exílio e do confinamento, o componente anarquista estava entre os mais importantes numericamente e desempenhou papéis importantes na libertação de grandes cidades como Milão e Gênova, e obviamente também aqui em Carrara com os "Lucetti", os "Schirru" e as várias formações libertárias. O caso de Carrara é particularmente importante porque aqui o movimento anarquista participou da retomada da vida civil com iniciativas como a Cooperativa del Partigiano e com obras materiais das quais restam exemplos como a ponte sobre o Carrione reconstruída pela FAI em 1945, ainda lembrada por uma placa, para demonstrar que é com o trabalho construtivo do movimento operário que o fascismo é derrotado.

Então, o fascismo retornou, sob várias formas, primeiramente com violência e intimidação contra migrantes, militantes e pessoas com comportamento inconformista. Mas é importante sublinhar que o fascismo não se identifica apenas com a direita política ou com regimes autocráticos. Há muitos comportamentos cotidianos que preparam o fascismo, da xenofobia à homofobia, passando pela reivindicação de dominação sobre os outros que leva ao patriarcado e aos crimes do patriarcado. Em suma, há um grande trabalho social e cultural a ser feito para remover o chão sob os pés do fascismo. A começar pela defesa da liberdade. No dia 25 de abril, fomos aconselhados a sermos "sobrios": embora não sejam as senhoras e os senhores que fazem parte deste governo que nos dizem o que devemos fazer, essas liberdades são defendidas tomando-as, e celebramos o 25 de abril em todos os lugares, desde os cappelletti antifascistas em Reggio até as diversas praças que presenciaram nossa presença.

Falando deste governo, foi divertido notar como, há algumas semanas, ao se darem conta da existência de um documento chamado "Manifesto de Ventotene", também se deram conta de que mesmo nos fundamentos jurídicos da sociedade burguesa há reminiscências dessas lutas. Se em Ventotene havia muitos libertários, em contato com Ernesto Rossi, esse documento, embora não de inspiração anarquista como a ONU discutiu recentemente,[1]nos dá a oportunidade de constatar que a União Europeia sempre teve muito pouco a ver com alguns de seus princípios, como a ideia de que, para evitar guerras, os Estados devem questionar sua soberania territorial. A atual política belicista da UE certamente não é coerente com esses princípios, pois ela quer se rearmar à custa dos gastos sociais, inventando perigos de ataque iminente com tons que lembram os da Guerra Fria, infelizmente dramaticamente acirrada nas várias dezenas de conflitos que estão sendo travados no mundo, muitos dos quais são esquecidos porque quanto mais distantes os mortos estão da Europa e do Norte Global, menos impressionam suas opiniões públicas sensatas.

Se Albert Camus disse que não há nenhuma boa causa que justifique a morte de um único civil inocente, nossa estratégia é igualmente clara: estar sempre do lado daqueles que se recusam a lutar, daqueles que se opõem, daqueles que desertam, qualquer que seja o uniforme e a bandeira pelos quais não quiseram morrer; estar do lado daqueles que se opõem ao comércio de armas e à produção da morte, pela greve geral contra a guerra e por uma conscientização geral que nos permita pôr fim a todas as guerras, desde os massacres na Ucrânia até o horrível genocídio em curso em Gaza.

Ninguém deveria morrer para fincar uma bandeira numa fronteira, mas são precisamente essas fronteiras que nos lembram que o fascismo é também racismo e medo do Outro, fechar-se atrás de linhas imaginárias que decidem quem goza de direitos humanos e quem não, dependendo do pedaço de papel que se carrega no bolso. Há, antes de tudo, uma resistência anticolonial a apoiar, aquela que nossos companheiros no Brasil e na América Latina realizam ao lado de populações indígenas e afrodescendentes, ou no Sudão para sobreviver a massacres menos midiatizados, mas não menos brutais que outros. Há também uma resistência humana a ser feita contra a vergonha das rejeições, dos massacres no mar, das deportações para a Albânia. Lembremos que sem fronteiras ninguém é imigrante ilegal, sem fronteiras estúpidas ninguém é estrangeiro.

Recordamos então a guerra interna contra as classes dominadas, que vê a enésima vergonha naquele decreto de "segurança" sobre o qual até os especialistas em direito público fizeram soar o alarme pelos seus aspectos antiliberais, destinados a limitar a liberdade de expressão da dissidência, mesmo não violenta. Também aqui, a nossa ideia é clara: perante aqueles que querem impedir-vos de exercer o direito à dissidência, a única resposta é praticar esse direito. O fascismo combate-se primeiro na cabeça e no coração de cada um, disseminando práticas de solidariedade e outras formas de pensar e agir. Pela igualdade e pela liberdade.

Feliz Primeiro de Maio.

Federico Ferretti - FAI Reggiana

[1]A. La Via, Cartazes Rasgados, a controvérsia sobre Ventotene, Umanità Nova n. 9, 30 de março de 2025.

https://umanitanova.org/contro-ogni-fascismo-verso-una-nuova-resistenza-libertari/
_________________________________________
A - I n f o s Uma Agencia De Noticias
De, Por e Para Anarquistas
Send news reports to A-infos-pt mailing list
A-infos-pt@ainfos.ca
Subscribe/Unsubscribe https://ainfos.ca/mailman/listinfo/a-infos-pt
Archive http://ainfos.ca/pt
A-Infos Information Center