A - I n f o s

a multi-lingual news service by, for, and about anarchists **
News in all languages
Last 40 posts (Homepage) Last two weeks' posts Our archives of old posts

The last 100 posts, according to language
Greek_ 中文 Chinese_ Castellano_ Catalan_ Deutsch_ Nederlands_ English_ Français_ Italiano_ Polski_ Português_ Russkyi_ Suomi_ Svenska_ Türkçe_ _The.Supplement

The First Few Lines of The Last 10 posts in:
Castellano_ Deutsch_ Nederlands_ English_ Français_ Italiano_ Polski_ Português_ Russkyi_ Suomi_ Svenska_ Türkçe_
First few lines of all posts of last 24 hours | of past 30 days | of 2002 | of 2003 | of 2004 | of 2005 | of 2006 | of 2007 | of 2008 | of 2009 | of 2010 | of 2011 | of 2012 | of 2013 | of 2014 | of 2015 | of 2016 | of 2017 | of 2018 | of 2019 | of 2020 | of 2021 | of 2022 | of 2023 | of 2024 | of 2025

Syndication Of A-Infos - including RDF - How to Syndicate A-Infos
Subscribe to the a-infos newsgroups

(pt) Italy, Sicilia Libertaria #456 - PINOBERTELLI - Megalópolis (2024), de Francis Ford Coppola (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]

Date Thu, 20 Mar 2025 08:25:17 +0200


O cinema de Hollywood (mal plagiado de todos os cantos do mundo) é uma prostituta sem calçada... e Francis Ford Coppola é seu profeta... exceto por I'm Not Coming Home Tonight (1969), The Conversation (1970), Peggy Sue Got Married (1986), filmes onde Coppola consegue construir um corte transversal do sonho americano naufragado nos desertos da necessidade e tecido na consciência do presente... o diretor vencedor do Oscar e autor de alguns dos filmes mais superestimados da história do cinema, como a saga de O Poderoso Chefão (1972-1990), Apocalipse Now (1979) ou Drácula de Bram Stoker (1992)... mediu-se com o conto distópico de Megalópolis e entregou sua mercadoria mais efêmera à mediocridade do cinema líquido. Quando você cria um gênio, você precisa ter a loucura do gênio, não a loucura do culto aos bens dispensados pelos mestres da imaginação.

Megalopolis conta a história das alucinações da Nova Roma, uma Nova York moderna integrada à Roma antiga... entre os arranha-céus há um Coliseu, carruagens e lutas de luta livre... a cidade é governada por uma elite de famílias patrícias que desfrutam de tudo e os pobres "romanos" vivem na miséria. O arquiteto Cesar Catilina ganhou o Prêmio Nobel por inventar o Megalon, um material resistente ao tempo, e ainda consegue detê-lo... ele é uma das personalidades que dominam a cidade... um alcoólatra, imerso em culpa pelo suicídio de sua esposa e pelo qual foi investigado pelo corrupto promotor público Francis Cicero, agora prefeito de Nova Roma... Cícero tenta combater a nova urbanização da cidade do arquiteto, usando o Megalon, e em vez disso encontra um grande cassino... o bilionário Hamilton Crasso III quer ajudar seu sobrinho Catilina a concretizar seu projeto... o outro sobrinho do banqueiro é Clódio, um depravado malfadado, apaixonado pela filha de Cícero, Júlia.

A jovem amante de Catilina, Wow Platinum, uma dançarina, o abandona porque ele está muito ocupado com seu trabalho e com a memória de sua esposa... o arquiteto e Júlia se conhecem em um programa de TV ao vivo com Cícero e se tornam amantes. Wow se casa com o idoso Crasso III... Clódio tenta roubar o banco do tio... manipula um vídeo em que Catilina faz sexo com uma cantora menor de idade... Cícero manda prender o arquiteto, mas descobre que a moça tem vinte e três anos e ele é solto. Enquanto isso, um satélite soviético cai na Terra e destrói parte de Nova Roma. Catilina, com a riqueza de sua família, começa a construir Megalópolis sobre as ruínas da cidade... em uma entrevista coletiva, ele afirma que suas intenções arquitetônicas/artísticas visam criar um mundo melhor... mas a pobreza nas ruas aumenta, Clódio se estabelece como um líder populista e encoraja os municípios romanos a se oporem ao grandioso projeto de Megalópolis.

Júlia engravida de Catilina e leva o pai para conhecer as obras de Megalópolis... o utopismo do arquiteto não a impressiona e ela pede que ele deixe Júlia. Nasce a filha de Catilina e Julia, Sunny Hope. Wow tenta forçar Catilina a terminar com Júlia e se casar com ela... ele congela a conta no banco de Crasso e convence Clódio a enganar Crasso III para que lhe dê o controle de suas atividades... o banqueiro descobre a traição de seu sobrinho e fica muito doente... Clódio contrata um assassino e manda matar Catilina... os médicos reconstruíram seu crânio com Megalon e o trouxeram de volta à vida.

Os apoiadores de Clódio iniciam uma revolta e tentam invadir Megalópolis e a prefeitura... Clódio e Wow zombam do agora acamado Crasso III... o velho banqueiro pega uma besta, mata Wow e fere Clódio. Catilina e Cícero unem forças contra os rebeldes... Catilina faz um discurso para a multidão sobre como alcançar uma cidade mais bonita para todos, o povo se rebela contra Clódio e o enforca de cabeça para baixo. Crasso III apoia o financiamento de Megalópolis... na véspera de Ano Novo Catilina e Júlia param o tempo e descobre-se que Sunny Hope é a única que não se deixa influenciar por tal poder: o futuro estreia no nascimento de uma cidade nas mãos de um banqueiro, um prefeito e um arquiteto, todos membros da mesma família... agora são três padrinhos (talvez Coppola tenha sido fascinado pela máfia na sua infância?!)... uma oligarquia perfeita... e os pobres, os espectadores, os cúmplices?... basta que eles obedeçam religiosamente aos ídolos da contemporaneidade e se alinhem sobre as ruínas da liberdade de pensamento, para serem condenados à felicidade imposta.

O que dizer?... a essa altura ficamos espantados com tamanha mistura de fantasia que caímos na gargalhada com um canapé de palavras idiotas ou nos ofendemos com a mística de imbecilidade que nos advém de colocar uma bomba de papel no cinema... e ir conversar com um vagabundo bêbado sobre a melancolia dos rouxinóis nos jardins públicos, que forjam suas canções incomparáveis sobre uma rosa que floresce na chuva de maio.

Vamos começar de baixo... para financiar Megalopolis, Coppola vende alguns vinhedos de sua empresa na Califórnia e arrecada 120 milhões de dólares, ele diz... uma quantia que seria suficiente para expulsar os fascistas israelenses da Palestina... o filme tem tudo... Metrópolis (1927) de Fitz Lang, Atlântida (1932) de Georg Wilhelm Pabst, A Vida Depois do Amanhã (1933) de William Cameron Menzies, A Nascente (1949) de King Vidor... as ideias do polêmico urbanista, funcionário público, político, Robert Moses (responsável pela reestruturação de Nova York entre 1930 e 1970)... Coppola também joga Shakespeare, Hobbes, Voltaire, Goethe, Freud, Marco Aurélio... e James Bond, Batman, Duckburg, Mouseton, Broadway... todos fantasmagóricos na opulência cenográfica de Beth Mickle e Bradley Rubin, na fotografia de videogame de Mihai Malaimare Jr., na edição incongruente de Cam McLauchlin, Glen Scantlebury, Robert Schafer e, junto com a música de Osvaldo Golijov e Grace Avery VanderWaal, envolve o filme em uma estética de fatalidade que leva a uma carnificina extática mais próxima de santos e assassinos do que da lepra subversiva dos poetas condenados da máquina/cinema. O cinema só vale a pena ser experimentado pelas delícias que florescem de suas desintegrações.

A arquitetura cinematográfica de Coppola é um longo comercial para um fabricante de brinquedos de ficção científica, uma espécie de Éden construído sobre a felicidade dos tolos... a atuação de Adam Driver, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Aubrey Plaza, Shia Saide LaBeouf, Jon Voight, Jason Schwartzman, Talia Shire, Grace Avery VanderWaal, Laurence Fishburne, Kathryn Hunter, Dustin Hoffman... é uma passarela de museu de cera... todos parecem estar lá por acaso... cadáveres resignados ao enterro do espírito... flutuando em um filme descartável, com a predileção de despertar clamor e consenso nas bilheterias... eles parecem mais tolos do que um político que bajula as multidões pela paz e depois se torna cúmplice dos traficantes de armas que financiam seu governo. Uma coisa é descobrir o cinema através do Nada e outra coisa é descobrir o Nada através do cinema.

Megalópolis é uma história sobrecarregada de pretextos, vaidades, niilismo pós-moderno que cai no halo da economia financeira, na prece utilitária e na corrupção política curvada ao fedor da sociedade espetacular, onde os ricos serão sempre mais ricos e os pobres mais empobrecidos. O horizonte fúnebre de cores, sons e diálogos transborda em um cotidiano infinito que anuncia novos deuses e disseminadores de pragas que remediam todos os pecados do homem e os penduram como caixões nos balcões dos bancos e a tirania do lucro... só uma eterna subversão dos momentos não inventados pode nos distanciar do outono das categorias e tornar viúvos os modelos de vida... para não enlouquecer de decepção, devemos escolher entre o assassinato e os sonhos, ser mais sinceros que os anjos e trabalhar como toupeiras iluminadas pela ressurreição do desgosto, para derrubar um mundo de cabeça para baixo.

https://www.sicilialibertaria.it/
_________________________________________
A - I n f o s Uma Agencia De Noticias
De, Por e Para Anarquistas
Send news reports to A-infos-pt mailing list
A-infos-pt@ainfos.ca
Subscribe/Unsubscribe https://ainfos.ca/mailman/listinfo/a-infos-pt
Archive http://ainfos.ca/pt
A-Infos Information Center